sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Força




Na imensidão dos minutos,
Vejo no horizonte,
O ar propagando-se nas ondas,
Com calma transparente,
A eterna corrente,
Do ideal da minha miragem.

Cala-se a boca,
Deixando soar o som das águas,
Guardadas na inquietude
Do meu ser.
Com a pura água
Desvanecem-se os sonhos,
Muitos repletos de espinhos,
Outros apenas risonhos.

O meu pensamento
Vai de encontro ao teu,
Por vezes doeu.
Imagino soluções,
Sensaçoes de paz,
Levadas pela intuição,
Regidas pelo teu coração.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Um caminho




Caminho,
Sem encontrar os trilhos,
Meus caminhos
Andando em espinhos,
Ânsia de fugir da solidão,
Está fúria de viver perdida,
Corto-me das amarras
Que fazem viver assim,
Por caminhos sem fim.

Este tempo sempre
A fugir à frente,
Levanto-me e caio,
Sem forças de lutar
Pelo que está perto,
Talvez o certo.

Perco-me em desertos,
Bebendo de falsas fontes,
Não alcançando horizontes,
Percorro caminhos incorrectos,
Procurando,
As flores da esperança certos,
De fluir,
Comovida,
Na estrada menos percorrida.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

dentro de ti






Examina dentro dos meus olhos,
Vais ver o que significas para mim.
Procura no teu coração,
Procura na tua alma,
E quando me encontrares,
Não vais procurar mais nada.
Não me digas que não vale a pena tentar,
Tu sabes que é verdade,
Tudo o que eu faço,
Faço por ti.
Olha dentro do meu coração,
Tu vais encontrar,
Não existe nada lá para esconder.
Aceita-me como sou,
Fica com a minha vida,
Eu entregaria tudo,
Eu me sacrificaria.
Não me digas que não vale a pena lutar,
Não consigo evitar,
Não há nada que eu deseje mais.
Não existe amor,
Como o teu amor,
E nenhum outro,
Poderia oferecer mais amor.
Não existe lugar,
Se tu não estiveres lá…
Todo o tempo,
Até o fim.
Se é que o fim existe
Entre mim e o teu amor…

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Contemplando o passado




Com olhar vazio,
Sinto o frio,
A raiva paira ao fundo,
Profundo.

No peito,
De olhos abertos,
Encontro restos
De viagens,
Sem paragens.

Aprendo a calar a dor,
A encontrar o “calor”,
A conter os gestos,
Esperando o que vier,
Com alento,
Levada pelo vento.

Aprendo a sonhar,
Tal como a amar,
Por lugares
Que me conduzam à calma,
“Arma” esta que me sustenta,
Extrapolando a liberdade
Que está em mim,
Com optimismo,
“Agarrando” o conformismo,
Da sinceridade,
Na verdade de sentir
E de descobrir
A minha morada,
Que está “algemada”,
Estampada,
No meu rosto.

Não sei de onde vem,
Mas sei que provém
Da força das montanhas,
Das entranhas da minha essência,
Do deserto onde te encontrei,
Ao certo,
Contemplo agora,
A quietude do vazio,
Devagar.
O querer voltar,
De regressar,
Ao que é passado,
O distante,
Não é agora alcançado,
Só sonhado,
Jamais reflectido
Muito menos,
Por ti entendido.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Conflito interno


Na guerra que travo
Contra a imensidão
Do tempo que nos separa,
Afasta-se a alma e a razão
Num pranto
Cruzando a noite,
O mar
E os corpos…

Cruzo a distância,
Escuto o bater das tuas asas
E crio a infinitude da saudade!

Na ausência dos teus beijos
Esmago a veracidade
Da rectidão do espaço
Explosões de querer
Queimando momentos!

Invento a tua pele na minha,
Dilato o desejo até chegar a ti
E crio o instante em que me dou.

domingo, 25 de outubro de 2009

Dia Nebuloso




O dia passa devagar,
Quando nada parece bater certo.
O sabor da vida
Passa-nos perante a janela,
Troco as palavras
Com a esperança,
De um dia ser cúmplice
Da lembrança,
Feliz.

Buscando a cada instante,
Olhar onde a distância
Nunca termina,
Fugitiva,
Esperando com ânsia,
Levada pela força que me move.

Sigo o caminho,
Ouvindo o mar,
Levitando na sua tranquilidade,
“Ato” com serenidade,
A maior qualidade.

Na travessia dos minutos,
Vejo ao longe,
Que nem tudo na vida
Se pode colher,
Mas se pode alcançar
Nem que para isso
Seja preciso mudar.

sábado, 24 de outubro de 2009

Cofres escondidos


Tenho tesouros escondidos,
São sussurros,
Lágrimas,
E sorrisos,
Em conchas,
E búzios.

Pedaços de céu,
Que despem meu véu,
São ondas de amor,
E travessias de dor
Oceano imenso de coração,
E ilhéus de razão,
São um vasto areal,
Que me tornam especial.

São o som do mar
Que a poesia faz despertar,
Tesouros,
Cofres,
Os melhores,
E os maiores
São os que fiz
E em mim edifiquei!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Agitação




O vento sopra violento,
não me conhece,
não obedece,
resgata à minha pele
o calor que deixaste
lembrança e oferta
do frio que permanece.

Aqueço-me à memória
do teu olhar inquietante,
trespassante,
janela aberta
que se fecha em palavras intactas
que abro desmembrando
em sons entoados.

Pelo meio do tempo
Que nos leva
Como uma corrente,
Chuva convulsiva,
Das mãos abertas,
Das dádivas mútuas,
Que só vê quem percebe
Só quem escuta pode contar.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Regaço

Afago-me nas lembranças,
Para encontrar as esperanças,
Há muito sei o que é balançar,
Ou apenas sonhar.

Sonhos estes que me comandam,
Alcançam,
A saudade moribunda,
Profunda,
“Atolada” de momentos,
Crescimentos
E sentimentos.

Vejo o mar a levar-me
Nas ondas,
Esmorecendo pelas profundezas,
Na leveza de um olhar
Que faz acreditar,
Ou somente esperar,
Por esse mar de comunhão,
Retrospecção
E solução.

A vida afasta-se
E desgasta-se,
As pontes desvanecem-se
Esquecem-se de mim,
Das dores,
Cores que me inundam,
Até sentir que tudo
Acalma ao teu redor.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Viajar...


Viajo nesta estrada
Nesta adrenalina que é a vida
Tão agitada que me arrelia
Vemos o tempo a passar
Tão veloz,
Feroz,
A apreensão faz-se
Caminhando com medo
Do que virá
Do que ficou para trás,
Se isto é viver
Prefiro pensar
Apenas que é peregrinar
No sentido de cada minuto passar.

Vejo tanto a passar por entre os dedos,
Pelas mãos tremulas,
Pelo meu corpo que se envelhece
E se apodera da minha alma
Por ver o mundo girar
Com a força de uma onda
Trago o meu “fado”
Como um fardo
Que se acelera
Quando é preciso lutar
Perdurar, para ajudar
Quem mais amo
E clamo para poder ser feliz!

Balburdia


A minha confusão
Inunda-me em tristeza,
A liberdade não sentida,
Apenas perdida,
Culmina na minha voz,
Fechando todas as portas,
O mundo pará nesse instante,
Tento resistir a dor
Que me aperta
Irrequieta,
Pode ser que a noite
Possa descobrir o ar,
Estando a levitar
Onde é necessário chegar.
é muita vida a passar
Em vão,
Na simulação das trocas
Do quotidiano
Experienciado,
Vivido.

Os passos levados pela noite
Agitam-se,
No fervilhar de amarguras,
De “armaduras”.
A minha visão,
Contempla a plenitude,
Um local,
De profundo sentido,
De reflexão,
E reconhecimento,
A espera é virtude
A atitude
De esperança,
De relutância
Vencendo.